“Sacerdócio”
“Vós me sereis reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Ex 19.6).
Sacerdote é aquele que representa Deus diante do povo, e representa o povo diante de Deus. Um ministro no Reino de Deus .
Desde que o povo de Deus começou a se formar aqui na terra, o Senhor queria que TODOS fossem sacerdotes. Mas isso não aconteceu porque eles ficaram com medo de chegar à presença de Deus. Em Ex 20.19 está escrito: “...mas não fale Deus conosco para que não morramos”.
Moisés também desejava que todos eles tivessem o Espírito do Senhor e fossem profetas. Encontramos isso em Nm 11.26-30. Veja o versículo 29: “...quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhes desse o seu Espírito!”.
Nos livros finais do Antigo Testamento, encontramos uma profecia registrada em Jl 2.28-29, onde Deus promete derramar o seu Espírito sobre todos. Veja a primeira parte do versículo 28: “E depois, derramarei do meu Espírito sobre toda a carne...”.
Jesus disse que essa promessa viria para capacitar a todos para servirem a Deus, veja:
“Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8).
Com a vinda do Espírito Santo, e o estabelecimento da Igreja, se cumpriu o desejo de Deus de ter uma nação de sacerdotes.
“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).
Que tremenda revelação nos trouxe o Espírito Santo!
Infelizmente muitos caíram no erro de perder ou não observar a revelação da Nova Aliança. A conseqüência inevitável disso é que muitos trocam a bênção da Nova Aliança pelos conceitos do Antigo Testamento.
Isso não quer dizer que o Antigo Testamento não é válido ou não seja inspirado pelo Espírito Santo. Trata-se apenas de realidade distintas. Antes não existia ainda a Igreja. Primeiro eram tribos, depois reino e agora sim, depois da vinda, morte e ressurreição de Cristo nasceu a Igreja, como organismo vivo da terra, aguardando a volta de Jesus o estabelecimento do seu reino eterno e perfeito entre os justos.
Por mais que se fale do sacerdócio desenvolvido por todos, na prática a maioria das igrejas mantém a idéia de um povo dividido entre dois tipos de pessoas: “OS UNGIDOS” e os “DEMAIS”. Pelas tradições evangélicas, os “ungidos” devem cumprir exigências muito grandes. Devem negar a si mesmos, renunciar a todo e se consagrar totalmente ao Senhor, dedicando-se completamente à sua obra. E os “demais” só precisam assistir a algumas reuniões, ler a Bíblia de vez em quando e orar um pouquinho. Se houver alguém que faça mais que isso, logo será declarado como “uma pessoa muito consagrada”. Isso tem atrapalhado muito o desenvolvimento do propósito de Deus.
Neste dia devemos recuperar a revelação perdida. Devemos receber a Palavra que deu nos deu através de Pedro e crer, viver, e proclamar: “SOMOS UMA NAÇÃO DE SACERDOTES”. Há um só chamado. Uma só vocação. Uma mesma condição para todos. Todos são servos de Deus e a Igreja deve oferecer condições para que todos desenvolvam o seu serviço.
Se a Igreja do Senhor continuar a adotar os “SUPER ASTROS DO PÚPLPITO” e esperar que eles edifiquem-na enquanto os ‘demais” ficam sentados e ouvem, ouvem, ouvem... Ela ficará atrofiada. E isso na verdade não passa de um judaísmo reformado. Um meio caminho entre a Nova e a Antiga Aliança, e assim não poderá alcançar o propósito de Deus.
Quando o nosso Senhor Jesus disse: “...edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...” (Mt 16.18), ele certamente não estava pensando em alguns pregadores “super dotados”. Estava pensando em mim e em você. Aleluia!
Por isso é importantíssima a conscientização de que todos são sacerdotes. Todos promovem a edificação do Corpo de Cristo.
A ESTRATÉGIA DIVINA
A estratégia divina para alcançar esse propósito encontra-se resumida em Ef 4.11-12. Analisemos:
“Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do Corpo de Cristo”.
Deus constituiu apóstolos, profetas, evangelistas e pastores e mestres para desenvolver um ministério específico na Igreja. Que ministério específico é esse? Preparar os santos para que eles possam DESENVOLVER o seu serviço. A esse desenvolvimento do serviço chamamos de “MINISTÉRIO COMUM”, ou seja, é a parte do trabalho do Corpo de Cristo onde todos devem participar. Não são alguns que devem fazê-lo, mas todos. Todos os santos devem estar conscientes desse sacerdócio.
Enfim, quando todos os santos estiverem corretamente ordenados e desenvolvendo o serviço comum, haverá então a EDIFICAÇÃO do Corpo de Cristo.
Hoje é comum pular do versículo 11 direto para a última etapa do versículo 12, ou seja, aqueles que desenvolvem o ministério específico no Corpo devem edificá-lo sozinhos.
Bem, segundo as Escrituras essa é uma realidade distorcida. Por isso, é importantíssimo que cada irmão tenha uma consciência sacerdotal bem definida, pois isso fará com que cada um dos santos desenvolva o seu ministério comum, fique em paz com Deus no que tange a isso e não exija dos seus líderes uma posição equivocada do seu ministério, ou seja, os líderes não são “super-heróis” e sim pessoas comuns com um ministério específico.
Então, não esqueçamos:
“Quem edifica o Corpo de Cristo
é o próprio Corpo de Cristo” .
Resumo:
MINISTÉRIOS ESPECÍFICOS
APÓSTOLO
PROFETA
EVANGELÍSTA
PASTOR e MESTRE
MINISTÉRIO COMUM À TODOS OS SANTOS
FAZER DISCÍPULOS – (Sacerdócio) Mt 28.18-20.
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